Conforme Cagliari (1992), a entoação possui informações linguísticas fundamentais para a construção do significado de um enunciado. Sabendo-se disso, por meio das análises do tom médio (TM) e tom final (TF) realizado sistematicamente pelo programa ExProsodia (FERREIRA NETTO, 2010), o presente estudo objetiva demonstrar que a entoação realizada pelos professores do ensino fundamental ao médio, durante a leitura de textos em voz alta, tendem passar por um processo diferenciado de finalização frasal. Essa característica merece ser observada, porque, por meio do desenvolvimento da leitura em voz alta, os alunos constroem sua forma de interpretação de textos. Ou seja, este estudo parte do pressuposto de que as aulas desenvolvidas na escola, considerando o papel da leitura, pode promover a capacitação do aluno para a compreensão dos textos. Por isso, o papel do professor se faz mister. E, tendo em vista essa hipótese, foram analisadas as falas de 40 professores do ensino fundamental e médio, de modo que fossem observados os processos de finalização realizados durante a leitura de textos. No caso, professores polivantes, presentes nas séries iniciais, promovem uma finalização plagal, que é a mesma executada por pessoas com baixo grau de escolaridade e, consequentemente, realizada por crianças ainda em fase de alfabetização (GARCIA, 2017). Sendo assim, percebe-se que os professores promovem o chid-directed speech (CDS), mesmo no processo de leitura, quando se dirigem às crianças do fundamental I. Todavia, o processo modifica-se a partir do ensino fundamental II e médio, tendo em vista que a finalização autêntica foi realizada pela maioria dos professores especialistas. Desta forma, compreende-se que há uma diferenciação de como os processos de leitura são apresentados aos alunos durante seu período de formação, havendo um salto para a execução da finalização plagal e a autêntica.