A BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR (BNCC) E A REFORMA DO ENSINO MÉDIO: ESTUDOS ENUNCIATIVOS DO DISCURSO GOVERNAMENTAL, DOCENTE E DISCENTE. | Autores: Sílvia Fernanda Souza Dalla Costa (IFC - Instituto Federal Catarinense, UPM - Universidade Presbiteriana Mackenzie) ; Maribel Barbosa da Cunha (IFC - Instituto Federal Catarinense, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) ; Alessandra Carina Portolan (IFC - Instituto Federal Catarinense, UFSC - Universidade Federal de Santa Catarina) |
Resumo: No ano de 2017, dois assuntos relacionados ao conhecimento escolar ganharam força: a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) e a Reforma do Ensino Médio. De um lado, o discurso governamental veiculado com amplitude em propagandas; de outro, a visão dos professores que atuam em escolas de Ensino Médio; e, por fim, o discurso discente, imerso nessas duas fontes enunciativas. Nesse sentido, este trabalho se situa no âmbito dos estudos da enunciação e analisa interações faladas, em diferentes formatos, de três fontes enunciativas que versam sobre a BNCC e a Reforma do Ensino Médio. O objetivo foi levar alunos de Ensino Médio a identificar fontes de enunciação, efeitos de sentido e argumentação em discursos orais, bem como introduzir os estudos da enunciação, de forma didatizada, no conteúdo curricular de Língua Portuguesa - Ensino Médio. Os pressupostos teóricos pautaram-se no dialogismo bakhtiniano, na heterogeneidade linguística e, no contexto desta, nos estudos da metaenunciação (Authier-Revuz (1998; 2004). Como procedimentos metodológicos, trabalhou-se com pesquisa documental e bibliográfica sobre o assunto e, na sequência, com gravação, análise e descrição de textos falados. Como instrumentos de coleta utilizaram-se: a) três vídeos publicitários veiculados na mídia nacional, sobre Reforma do Ensino Médio; b) seleção de entrevistas semiestruturadas (DID) com docentes, organizadas pelos alunos e gravadas em áudio; c) seleção de diálogos entre discentes (D2) sobre o assunto, que também foram gravados em áudio. Todo o material foi compilado e transcrito segundo os parâmetros da Transcrição conversacional (Pretti, 1991; NURC-RJ). Nas análises, procurou-se reconhecer sequências discursivas que argumentavam; que otimizavam o discurso, que reformulavam ou parafraseavam, que apresentavam caráter metaenunciativo. Nas análises, os alunos constataram que: os discursos são instâncias de produção de sentidos; o discurso governamental tem mais caráter argumentativo do que informacional e a interação falada busca a constituição dos sentidos no eu-aqui-agora da enunciação.
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