POR UMA ANÁLISE NÃO-UNIFICADA NO ÂMBITO DO PARÂMETRO DO SUJEITO NULO EM VARIEDADES NÃO-EUROPEIAS DO PORTUGUÊS: UMA REVISÃO CRÍTICA DAS PESQUISAS | Autores: Claudia Roberta Tavares Silva (UFRPE - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) ; Tatiane Macedo Costa (UFRPE - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO) |
Resumo: Um dos locus de debates na Gramática Gerativa relaciona-se ao Parâmetro do Sujeito Nulo (PSN) (Chomsky, 1981, 1986; Rizzi, 1986). Ao contrário de Rizzi (1986) que propõe que a categoria vazia pro (associada ao sujeito nulo) é licenciada, nas línguas naturais, por um núcleo flexional do qual herda seus traços número-pessoais, Alexiadou e Anagnostopoulou (1998) propõem que pro deve ser eliminado, pois os afixos de concordância funcionam como argumentos. Ademais, Roberts e Holmberg (2009) descrevem quatro tipos de sistemas de sujeito nulo: a) língua de sujeito nulo consistente (ex.: espanhol); b) língua de sujeito nulo radical (ex.: chinês), c) língua de sujeito nulo parcial (ex.: hebraico e finlandês) e d) língua de sujeito nulo expletivo (ex.: alemão). Face a esses aspectos, o objetivo precípuo deste trabalho é revisitar pesquisas linguísticas para a compreensão do PSN em variedades não-europeias do português, traçando um percurso de investigação que aponta para uma análise não-unificada entre elas, tomando por base o comportamento dos pronomes nominativos e o domínio da flexão verbal, não perdendo de vista aspectos relacionados ao contato linguístico e sua repercussão na gramática dessas variedades seguindo Mota, Miguel e Mendes (2012), Inverno (2004) e Petter, (2009). Sobre o português brasileiro (PB), há evidências de que sua morfologia de flexão verbal está se enfraquecendo e de que é uma língua de sujeito nulo parcial (Rodrigues 2004; Holmberg 2005; Kato; Duarte 2014; Saab 2016), ao contrário do português europeu (PE), uma língua de sujeito nulo consistente. Já em variedades africanas do português, estudos apontam para uma maior proximidade com o PE (Teixeira, 2012; Oliveira e Santos, 2007; Bravin dos Santos, 2006, 2010; Santos, 2015; Brandão e Vieira, 2012), embora já se verifique, por exemplo, no estudo realizado por Oliveira (2016), que a sintaxe dos sujeitos no português de Moçambique vem passando por alterações.
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