Vozes intolerantes: quando o problema é o outro | Autores: Maria da Glória Corrêa Di Fanti (PUCRS - Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul) |
Resumo: Considerando o discurso intolerante como aquele adverso à diferença, que busca desqualificar ou até excluir o outro, desenvolvemos este trabalho com o objetivo de apresentar reflexões sobre o discurso intolerante relativo à política brasileira que circula no Facebook. Os pressupostos teóricos se baseiam nos estudos desenvolvidos pelo Círculo de Bakhtin e estabelecem diálogo com a análise do discurso de Dominique Maingueneau. Quanto aos procedimentos metodológicos, são focalizadas três dimensões de reflexão: o sujeito dialógico do discurso e a construção do ethos do enunciador; a responsabilidade pelo dizer, no que se refere ao ato ético responsável e responsivo; e a construção dialógica da intolerância no discurso, via reflexos e refrações dos signos ideológicos, a partir de um conjunto de vozes inter-relacionadas. Resultados parciais têm revelado diferentes níveis de intolerância, desde aquelas mais veladas, que necessitam de uma reflexão mais crítica para serem observadas, até as mais explícitas, com enunciados verbais e não verbais com tons altamente apelativos. Como conclusão, este trabalho busca contribuir com o debate atual sobre os limites entre liberdade de expressão e discurso do ódio e colaborar para uma maior criticidade frente à disseminação de discursos com tons intolerantes (machistas, misóginos, homofóbicos etc.) que circulam na sociedade, em geral, e nas redes sociais, em particular.
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