A Literatura de Cordel é uma manifestação literária tradicional da cultura popular brasileira, mais precisamente do interior nordestino, que recentemente foi reconhecida como patrimônio cultural brasileiro. No Brasil, a literatura de Cordel se fortaleceu no século XIX, mais precisamente, entre os anos de 1930 e de 1960. Escritores como João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Guimarães Rosa, dentre outros foram influenciados por esse gênero literário. Este trabalho objetiva analisar a designação da palavra “água” no cordel O Cordel da Transposição, do cordelista Medeiros Braga; e compreender os sentidos desta designação tão presente no cotidiano do nordestino. Metodologicamente, a pesquisa é bibliográfica e qualitativa; para a análise, foi utilizado como corpus O Cordel da Transposição. A escolha desse gênero literário se deu devido à importância do Cordel para a socialização da cultura nordestina e à importância social da temática para a região nordestina, em particular, para o semiárido nordestino. Teoricamente, este trabalho está fundamentado nos estudos da Semântica do Acontecimento (GUIMARÃES, 2017), (GUIMARÃES, 2012), para quem o sentido da palavra se constrói na cena enunciativa, ou seja, a enunciação enquanto acontecimento. A análise neste artigo é feita a partir da perspectiva do Domínio Semântico de Determinação (DSD). Vale ressaltar que a pesquisa está em andamento, mas alguns resultados já são observados. “Água” apresenta-se no texto com diferentes sentidos. Na página 03, a palavra “água” aparece com o sentido clássico de líquido, com suas características específicas, elemento necessário à vida dos seres humanos; na página 04, a palavra “água” assume o sentido de doença; por fim, na página 08, a palavra “água” tem o sentido de solução.