O presente trabalho tem por objetivo apresentar análise e recepção da obra Menina bonita do laço de fita (1996), de Ana Maria Machado, ilustrada por Claudius. Para tanto, pretende-se ressaltar a importância das ilustrações nos livros infantis, que possibilitam e permitem aguçar a curiosidade e incentivar as crianças à leitura, bem como os benefícios incomensuráveis da leitura de uma obra dotada de valor estético na sua formação. Na recepção, utilizaremos uma sequência didática, baseada no Método Recepcional, preconizado por Vera Teixeira de Aguiar e Maria da Glória Bordini (1993), a partir dos pressupostos teóricos da Estética da recepção (ISER, 19996 e 1999; JAUSS, 1994). Com vasta obra publicada, Ana Maria Machado é responsável por promover uma grande transformação na literatura infantil, pois sua produção apresenta a consideração pelo seu público receptor, visto como inteligente e capaz de refletir sobre as histórias que lê e/ou ouve. A escritora introduz um dos aspectos mais significativos da tônica de sua poética: um espírito questionador acerca dos padrões rígidos de comportamento, instituídos socialmente, de forma a instigar seu público a refletir de forma crítica sobre seu entorno social, histórico e político. Um dos aspectos mais relevantes de sua literatura é o diálogo permanente entre realidade vivida e ficção, em que o leitor é convidado a revisitar o passado histórico em suas múltiplas faces, por meio da experiência estética oferecida pelo texto literário. O trabalho com as ilustrações privilegia as crianças pequenas, uma vez que, constituídos a partir do código visual, os elementos gráficos ampliam os horizontes para a construção e formação de leitores ainda não alfabetizados.