O MITOLÓGICO E O SIMBÓLICO N’A SIBILA DE AGUSTINA BESSA-LUÍS | Autores: Nair Fernandes Pereira (UEG - Universidade Estadual de Goiás) |
Resumo: A Sibila, romance de Agustina Bessa-Luís publicado em 1954, vencedor dos prêmios Delfim Guimarães e Eça de Queirós, traz em seu título uma das figuras clássicas da mitologia greco-romana, as sibilas, mulheres virgens, sacerdotisas de Apolo, detentoras de saberes e poderes especiais, capazes de realizar profecias. Desde Cassandra, personagem homérica, filha do rei Príamo, que previu o fim de Troia, as sibilas quase sempre estiveram envolvidas numa atmosfera sobrenatural. Metaforizadas no motivo do conhecimento das artes ocultas e da revelação do futuro, as sibilas tornaram-se figuras muito conhecidas da mitologia. A obra de Bessa-Luís, traça o perfil de Joaquina Teixeira, “Quina”, protagonista do romance, personagem extremamente forte e marcante, envolta a uma aura mística, com toda a complexidade de uma sibila, que instaura um matriarcado e reconstrói o patrimônio perdido de sua família, arruinado pelo patriarca da família, Francisco Teixeira. Este trabalho propõe investigar o mitológico, simbólico e as configurações do feminino no romance de Bessa-Luís, de modo a contrastar a imagem da sibila Quina, com as sibilas da Antiguidade Clássica. Para tanto, embasamo-nos em Araújo (2015), Beauvoir (2009), Bloch (1995), Brandão (2014), Butler (2017), Chevalier e Gheerbrant (2009), Fonseca (2010, 2013 e 2017), Kury (2009), Le Goff (1994) e Massaud (2001).
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