O estudo e interesse pela argumentação, relacionada ao fenômeno da linguagem humana, não são recentes, mas vêm desde os clássicos da retórica, tendo como marco as contribuições aristotélicas, e chega aos dias atuais em diferentes correntes teóricas da retórica e da Linguística. Considerando tal fenômeno, interessou-nos observar de que maneira a Retórica Moderna e os estudos da Polifonia, no âmbito da Semântica Argumentativa, abordam e compreendem a argumentação, especificamente, o argumento por autoridade, no discurso. Para tanto, nosso estudo foi desenvolvido a partir da descrição e resenha sobre as considerações da Retórica Moderna e da Semântica Argumentativa, traçando um paralelo de análise entre essas duas correntes teóricas. Nesse sentido, estabelecemos um estudo comparativo entre as referidas teorias, a fim de perceber os pontos de interseção no tocante à argumentação por autoridade abordada em ambas. Sendo assim, o caráter metodológico desse estudo foi bibliográfico, de cunho descritivo-interpretativista, baseado nas concepções teóricas de Aristóteles (2007), Perelman (1999) e Reboul (2004), na perspectiva da Retórica Moderna; e Ducrot (1987; 1988) e Nascimento (2009; 2012; 2015), na abordagem da Semântica Argumentativa. A partir desse aporte teórico, observou-se que a Semântica Argumentativa considera o argumento por autoridade como uma ocorrência polifônica, na qual utiliza-se a voz de outro com determinada orientação argumentativa, em favor de uma tese defendida, tendo como foco os aspectos linguístico-discursivo da língua(gem). No entanto, a Retórica Moderna baseia o argumento de autoridade no valor/competência/prestígio da autoridade colocada em foco para fazer admitir uma tese e não na característica linguístico-discursiva, tal como é admitida pela Semântica Argumentativa.