Nos últimos anos é possível observar um aumento de políticas públicas voltadas para o ensino-aprendizagem de línguas. Em Pernambuco, houve a publicação dos Parâmetros Curriculares de Língua Inglesa (2013), os quais complementam as orientações dos Parâmetros Curriculares Nacionais de Língua Estrangeira (1998) para o ensino das habilidades linguísticas. Nesse contexto, esta pesquisa busca observar os efeitos reais de tais mudanças na escola pública no interior do estado. A escolha do locus, o município do Condado, visa contribuir para a interiorização das pesquisas. Como aporte teórico, baseamo-nos nas contribuições do Interacionismo Sociodiscursivo (BRONCKART, 1999; 2006; 2008), base teórica que nos fornece meios para o estudo sobre o agir do professor, e traçamos um panorama das políticas linguísticas que contribuíram para o estado atual do ensino de línguas estrangeiras na esfera pública (BRASIL, 1996; 1998; 2011). Como instrumento de coleta, utilizamos entrevistas semiestruturadas anteriores e posteriores à aula, procedimento indicado por Bronckart (2008) que nos auxilia a revelar as interpretações do trabalho pelo próprio actante. Para as entrevistas, escolhemos a habilidade escrita por esta ganhar novo destaque nos Parâmetros de Pernambuco (2013). Como resultados, observamos que os professores entrevistados possuem diferentes perspectivas sobre o conceito de escrita. Observamos igualmente que as políticas linguísticas e as prescrições levam tempo para produzir efeitos na ensinagem realizada no ambiente escolar, devido à ausência de formação continuada em LE, o que leva o professor a reproduzir os métodos de ensino-aprendizagem com os quais ele aprendeu a LE.