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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


“Minha mão está armada, de caneta muito bem carregada”: escritas e percursos literários de um professor pela/na cidade de São Paulo

Autores:
Thais Surian (USP - Universidade de São Paulo)

Resumo:

O presente trabalho apresenta parcialmente a pesquisa de doutorado Um capítulo na história das práticas da escrita de professores na contemporaneidade, em desenvolvimento na FEUSP sob a orientação da Profa. Dra. Dislane Zerbinatti Moraes. A pesquisa teve como objetivo principal identificar as práticas da escrita efetivadas por professores, a existência de objetos materiais decorrentes de tais práticas, os temas selecionados para os textos e, assim, que relação possuem com a escrita. Compreendemos que a sociedade está imersa em uma cultura do escrito e os professores presenciam e participam desta de modo intenso pela natureza de suas formações e profissão que, embasada no conhecimento, tomam a escrita como modo de disseminação dos saberes seja na formação de professores ou na educação de crianças e jovens. Desse modo, entendemos que ser professor pressupõe uma relação com a cultura escrita e, mais especificamente com a escrita. Na pesquisa de campo, identificamos na cidade de São Paulo práticas da escrita literária realizadas por professores compostas por poesias, contos, crônicas e narrativas autobiográficas publicadas em diferentes suportes. Esses materiais foram identificados a partir de dois espaços: os saraus que ocorrem na cidade de São Paulo e o Concurso Literário Valeu, Professor. Partindo desse corpus documental, propomos discutir, neste trabalho, os modos de produção da escrita literária do professor Jefferson Santana analisando a partir de Chartier (1991) sua prática da escrita e os suportes produzidos para o escrito e, de outro ponto, relacionando sua escrita e participação no sarau Sobrenome Liberdade e Coletivo Poetas Ambulantes como ações de formação e resistência no território da cidade por representar nos textos em que publica as tensões sociais (SEVCENKO, 2003) vivenciadas no cotidiano.