Procuraremos estabelecer, neste texto, quatro reflexões acerca do romance Avalovara: I- sobre a perda de realidade; II- sobre o “jogo de linguagem” dessa perda; III- sobre elementos em tal romance que negam a "fetichização"; e IV- sobre a metaficção no romance Avalovara contra o "jogo de linguagem" da "fetichização". Essas reflexões procurarão apresentar a discussão filosófica sobre três formas de perda de realidade, as quais serão associadas a uma matriz argumentativa que as demonstra como "fetiches". Além disso, tentaremos sublinhar subjetividades podem, também, engendrar representações “fetichizadas”, considerando-se tanto relações de uma pessoa para consigo mesma quanto relações de uma pessoa para com outras, de modo que as representações de si que uma pessoa tem podem representá-la, subtraindo-a do lugar de imanência do seu si mesmo, ou seja, das suas demandas sociais, pessoais e existenciais; e as representações do outro que uma pessoa tem podem, igualmente, representá-lo, subtraindo-o do lugar de imanência dos seus pleitos sociais, pessoais e existenciais: dessa forma, a representação de si e a representação do outro podem, meramente, repetir a lógica da “representação transcendental” da forma-mercadoria. "Avalovara", porém, apresenta aos leitores maneiras diferentes de superação do "fetichismo", e isso nos faz pensar no romance como um texto, fundamentalmente, crítico, o que leva a posições convergentes entre Osman Lins e Karl Marx contra o mundo do capital e contra o texto literário como mercadoria.