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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


ANÁLISE DA INTEGRAÇÃO SUL-AMERICANA: O DISCURSO DO BRASIL NA OEA

Autores:
Laira Rocha Tenca (UFPB - Universidade Federal da Paraíba)

Resumo:

Esta pesquisa parte do intento de investigar o fenômeno político de integração regional sul-americana. Tal fenômeno ganha fôlego na agenda da política externa dos países sul-americanos, devido ao movimento de ascensão de governos de esquerda e centro-esquerda, segundo Lima e Hirst (2006), na América do Sul no começo do século XXI, em virtude de uma “solidariedade regional” e uma noção de desenvolvimento atrelada ao compartilhamento de custos e projetos, na qual foram executadas e formuladas uma série de políticas públicas e instituições como a UNASUL, MERCOSUL e UNILA. Nosso foco, na grande gama de possibilidades de approaches ao tema, é estudar a política de integração político-econômica-cultural sul-americana no tocante a sua discursividade. Delimitamos, como corpus a ser analisado neste trabalho, os discursos proferidos pela delegação brasileira nas plenárias anuais da Comissão Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), com o objetivo de investigar a atuação do Brasil durante o período de 2000 a 2018. À luz da materialidade discursiva, compreendendo o Estado brasileiro como ator protagonista, observa-se o movimento político de união entre países vizinhos como uma ação de resistência quanto ao alinhamento ao eixo da política externa norte-americana. Parte-se da compreensão do processo de integração sul-americana, enquanto uma complexidade composta por leis, instituições, políticas públicas, discursos, práticas, ditos e não ditos. Cabe, a partir daí, em uma perspectiva da análise do discurso de linha francesa, descrever/interpretar simultaneamente os campos de memória suscitados pelos enunciados que retomam os temas supracitados – constituintes da integração regional –, acompanhando o processo discursivo da mobilização e elaboração dos elementos enunciativos em sua historicidade. Damos ao corpus o tratamento de arquivo, ao incidir sobre ele o método arqueológico descrito por Michel Foucault (1969), visando articular aspectos históricos, sociais, linguísticos e estruturais intrínsecos a esses enunciados.  


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