O presente trabalho busca apresentar e discutir alguns protocolos experimentais desenvolvidos pelo GELEP (Grupo de Estudos da Linguagem no envelhecimento e nas patologias) e que vem sendo utilizado como expediente metodológico em interações dialógicas com sujeitos afásicos participantes do Grupo III do Centro de Convivência de Afásicos (CCA – IEL/Unicamp). O grupo conta atualmente com a participação de 12 sujeitos afásicos e tem desenvolvido seus trabalhos a partir de uma perspectiva discursiva da Neurolinguística – perspectiva esta que vem sendo desenvolvida desde os trabalhos pioneiros de Coudry (1986). Ao contrário das abordagens tradicionais da neuropsicologia, esta vertente teórica tem focado na compreensão dos processos subjacentes ao funcionamento da linguagem atípica, buscando auxiliar esses sujeitos no desenvolvimento de recursos alternativos de significação.  O uso de alguns protocolos experimentais têm se mostrado um ótimo expediente para a pesquisa linguística no campo das afasias. Dentre os diversos métodos desenvolvidos ou adaptados para uso com afásicos, o uso de provérbios tem sido amplamente usado, uma vez que permite um maior controle sobre o enunciado produzido – já que seu conteúdo (e mesmo seu léxico) é de conhecimento prévio do interlocutor. Da mesma forma, um protocolo experimental pode ter como objetivo a análise de determinada característica linguístico-cognitivas da linguagem dos afásicos. É o caso da adaptação do “Método do Quarto Excluído” (Luria/Nebraska, 2004), adaptado não apenas no que tange à diferença estrutural entre as línguas, mas considerando, também, as especificidades dos sujeitos afásicos participantes do grupo: grau de instrução, contexto social e história do indivíduo, relação dos sujeitos do grupo com as diversas manifestações da linguagem antes e depois do evento neurológico. Este pôster focará no desenvolvimento e aplicação dos dois protocolos citados, enfatizando as concepções linguísticas e cognitivas subjacentes à sua elaboração e aplicação.