Tanto a oralidade quanto a escrita apresentam objetivos diferentes em contextos diversificados das relações cotidianas no uso de uma das modalidades da língua, contribuindo para o aparecimento de diferentes tipos de gêneros. Assim, temos como finalidade demonstrar os resultados de uma pesquisa de mestrado, sobre as implicações do trabalho de retextualização da modalidade oral para a escrita da Língua Portuguesa. Um estudo linguístico que destaca o uso dos Operadores Discursivos e o Gênero Discursivo Memória como narrativa de vida. Para tal, baseamo-nos em aportes teóricos dos autores Bakhtin ([1992], 2017), Brait (2016), Fiorin (2017), Marcuschi (2010), Botelho (2012), entre outros. Selecionamos como contexto a Escola Estadual Zumbi dos Palmares, localizada na Comunidade Rural e Remanescente Quilombola de Furnas do Dionísio, área rural do município de Jaraguari, Estado de Mato Grosso do Sul. Essa trajetória investigativa consolidou nossas opções teóricas metodológicas, que culminaram na elaboração da Sequência Didática (SD) executada em uma intervenção pedagógica em sala de aula de Língua Portuguesa no ensino fundamental. Os processos de retextualização não implicam na análise de um texto falado com problemas para um escrito formal e organizado, tanto a fala quanto a escrita não são dicotomias e estão no mesmo patamar valorativo quanto aos usos e funções. São duas modalidades de uso da língua em práticas sociais que se complementam, assim os textos orais utilizados pelos sujeitos desta pesquisa, em contextos de interação, apresentam organização e compreensão linguísticas.