O silenciamento feminino em A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Marta Batalha | Autores: Maria do Rosário Alves Pereira (CEFET-MG - Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais) |
Resumo: O objetivo desta comunicação é apresentar breve leitura sobre a representação feminina em A vida invisível de Eurídice Gusmão, de Marta Batalha, publicado em 2016. A obra se passa no Rio de Janeiro, nos anos de 1940, e a protagonista é uma mulher que tem múltiplas potencialidades, ligadas à área da música, dos cálculos, da culinária, da costura, da literatura enfim. No entanto, sua vida é apagada socialmente devido a inúmeros cerceamentos que se relacionam à esfera patriarcal, já que encontra barreiras em sua família de origem e naquela construída via matrimônio. Além de Eurídice, é possível perceber um desfile de personagens femininas que têm sua vida marcada pelas contingências históricas, políticas e, sobretudo, sociais a que a mulher daquele tempo – e ainda nos dias de hoje – se vê submetida. Preconceitos e injustiças de toda ordem são abordados por meio de uma fina ironia e de um humor que, em algumas passagens, beira o sarcasmo. Em seu romance de estreia, Batalha traz à tona, ficcionalmente, os questionamentos empreendidos por Teresa de Lauretis em “A tecnologia do gênero”, texto norteador para nossas reflexões, ao lado de A dominação masculina, de Pierre Bourdieu, e Que corpo é esse?, de Elódia Xavier. Trata-se, portanto, de uma obra que merece ser lida e discutida academicamente, por contribuir para as discussões de gênero que, cada vez mais, assumem seu papel de relevância.
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