A leitura em seu sentido mais amplo é uma prática social de inúmeras interfaces. Leem-se os cheiros, as imagens, o tempo, os códigos e muitos outros textos existentes no mundo real e/ou imaginário. Por esse entendimento, pode-se dizer que essa habilidade contribui notadamente para a formação do indivíduo, influenciando-o em seu posicionamento e capacidade de interagir socialmente. Nesse sentido, observa-se a relevância da leitura, em especial a literária, como ferramenta indispensável à educação, pois além de recrudescer a fala e a escrita, informa e alimenta a imaginação, agregando elementos fundamentais à construção do conhecimento. De acordo com Todorov (2010), a literatura amplia infinitamente a possibilidade de interação entre semelhantes, enriquecendo-os infinitamente. Destarte, o trabalho com a leitura literária oportuniza e potencializa experiências fundamentais às relações humanas, favorecendo a construção do pensamento crítico e reflexivo frente às adversidades e os problemas sociais vigentes. Considerando essa linha de pensamento, o presente artigo tem como objetivo relatar e refletir sobre uma experiência pedagógica com alunos do 8º ano do Ensino Fundamental de uma escola pública de Campo Grande - MS. O trabalho consistiu na análise da obra Vovó tá com a macaca, de Ivan Jaf, no intuito de aliar a leitura do texto literário às práticas de “Simulação Global” e à tecnologia, como mediadoras da aprendizagem, levando em conta o tema tolerância. Como aporte teórico, foram utilizadas obras de Aguiar e Zilberman (1982), Leffa (1996), Silva (1998), Bloom (2001), Jouve (2002), Calvino (2007), Todorov (2010), Campos (2012), Cosson (2014), entre outros que estabelecem importantes elos entre a literatura e as humanidades.