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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


As con(tra)dições e efeitos de sentido da “Crise (do ensino) da gramática (tradicional)” no Brasil

Autores:
Agnaldo Almeida de Jesus (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais)

Resumo:

A escrita de gramáticas brasileiras contemporâneas, (re)publicadas da década de 1990 em diante, é determinada pela formação de um espaço específico de produção do conhecimento linguístico. Dentre os acontecimentos e os fatos que colaboraram para a constituição desse espaço valem destacar: a institucionalização e a consolidação da Linguística em todos os cursos de Letras do Brasil; a criação dos cursos de pós-graduação, periódicos e eventos em Letras e Linguística; a construção de um espesso e complexo arquivo de estudos sobre a estrutura e o funcionamento do português brasileiro; e a crítica (e a defesa) à chamada gramática tradicional, isto é, ao conjunto de gramáticas brasileiras de orientação normativo-pedagógica direcionadas ao espaço escolar. São formulados, assim, os sentidos da crise (do ensino) da gramática (tradicional), no contato-confronto dos dizeres de já-gramáticos, como Evanildo Bechara, Rocha Lima, Celso Cunha etc., sujeitos que se inscrevem em nossa história como gramáticos tradicionais, e de linguistas de filiação às significadas teorias modernas da Linguística (Estruturalismo, Gerativismo, Funcionalismo etc.). Sustentando-nos teoricamente na área de História das ideias linguísticas e na Análise de discurso, neste trabalho, buscamos compreender como os sujeitos Amini B. Hauy, Ataliba T. de Castilho, Evanildo Bechara, Maria Helena de M. Neves e Mário A. Perini tomam posição diante da crise da gramática tradicional e de seu ensino na Escola. Significando-na, contraditoriamente, das posições de gramático e de linguista são propostos caminhos para a solução da referida crise. Proposições como a reformulação dos objetivos de ensino de gramática na Escola; a revisão e sistematização da teoria gramatical tradicional; a elaboração de uma gramática-padrão da língua portuguesa; a escrita de uma nova gramática pedagógica com base nas teorias modernas da Linguística etc. Portanto, vai sendo constituída uma complexa teia de discursos e de sentidos que aponta para o (re)pensar da produção do conhecimento linguístico brasileiro.


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