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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


ESTRATÉGIAS DE (IM)POLIDEZ E ENSINO DE PORTUGUÊS PARA ESTRANGEIROS

Autores:
Kazue Saito Monteiro de Barros (UFPE - universidade federal de pernambuco)

Resumo:

O trabalho discute resultados parciais de um projeto maior sobre como o ensino de estratégias de polidez é abordado em cursos de português para estrangeiros. Os dados foram coletados em turmas de aprendizes do português, de níveis iniciante e avançado, do Núcleo de Línguas e Culturas (NLC) da UFPE por ex-orientandos do Nelfe. A fundamentação teórica ancora-se em pressupostos e conceitos da área da interação verbal e dos estudos sobre a (im)polidez. Parte-se do pressuposto, primeiro, de que, para uma comunicação eficaz, é de fundamental importância que falantes não nativos dominem as estratégias de polidez tão bem quanto os falantes nativos.  Estudos anteriores sobre marcadores discursivos mostram que se um estrangeiro comete um erro gramatical (por exemplo, de concordância do tipo duas garota)  geralmente é corrigido pelo nativo, que considera “normal” o deslize; mas  se, por outro lado, esse mesmo falante omite um marcador de polidez (por exemplo, para indicar uma interrupção ou discordância) o sujeito é visto como rude, descortês e quase nunca o comportamento é interpretado como um possível erro, o que dá margem a discriminações. O segundo pressuposto é o de que os alunos de, no caso, língua estrangeira aprendem a língua em situações de interação. Assim, o objetivo aqui é identificar quais estratégias de polidez são utilizadas por professores (nativos) e alunos (estrangeiros) em aulas de conversação. As estratégias são categorizadas em termos de formas, funções e pontos de ocorrência, buscando-se verificar se há discrepância de uso nos enunciados do professor e dos alunos.