Esta comunicação pretende apresentar algumas cartas de jovens leitores que foram encaminhadas a Dona Benta ou a ela fazem referência diretamente na época em que Lobato escrevia sua saga infantil. Conhecido como contumaz missivista, Monteiro Lobato se correspondeu não só com adultos famosos, mas também com muitos leitores mirins, crianças ou jovens que se preocupavam com as histórias que o escritor produzia ou mesmo com a “vida” de suas personagens e sobre elas desejava opinar. Dona Benta, assim como Emília, foi destinatária direta de algumas dessas missivas. Outras vezes, o próprio escritor era encarregado, pelo jovem leitor e missivista, de encaminhar a Dona Benta a carta que às mãos do escritor chegava. Nosso trabalho será o de analisar algumas dessas cartas produzidas na infância ou na adolescência desses leitores que tomaram a avó mediadora de leitura como destinatária dos assuntos sobre os quais a missiva tratava e procurar entender que características desses leitores estão presentes nessas cartas. Dessa forma, procuraremos mostrar que é possível também compreender um pouco mais sobre obra e a recepção de leitura a partir dessas práticas de leitura e também de escrita. Trata-se da infância das décadas de 30 e 40 do século XX em contraste com a de hoje. Para isso, estamos respaldados nos estudos de Tim (2006, 2007), Romano (2017), Lajolo e Ceccantini (2008), dentre outros.