Alimentação e Cozinha no Sul do Amazonas: variação lexical no Atlas Linguístico do Sul Amazonense - ALSAM | Autores: Edson Galvão Maia (IFAM - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas) |
Resumo: Esta pesquisa objetiva apresentar a variação lexical registrada no campo semântico Alimentação e Cozinha, no Atlas Linguístico do Sul Amazonense – ALSAM (MAIA, 2018). O ALSAM conta com uma rede de seis pontos (Boca do Acre, Lábrea, Tapauá, Humaitá, Manicoré e Borba) e permite a análise da fala de 48 informantes, estratificados em sexo, idade (20-35 e 50-65 anos) e escolaridade (4-7 e 10-13 anos). Os dados de que trata esse recorte geraram 30 cartas semântico-lexicais, diatópicas e pluridimensionais, acerca de 17 conceitos investigados. A análise das cartas levou em consideração a diferença diatópica, considerando também, nessa dimensão, os dados registrados no Atlas Linguístico do Amazonas – ALAM (CRUZ, 2004) para a mesorregião. Realizou-se ainda uma análise das cartas pluridimensionais, enfatizando a influência das variáveis sociais na configuração das variantes. Os resultados apontaram diferenças diatópicas em nove cartas, das quais se destacam as variáveis tapioca e pé-de-moleque, cujas formas tapioquinha e bolo, respectivamente, apenas são registradas em determinado grupo de localidades: a primeira nas do rio Madeira e a segunda nas do Purus. Mesmo agrupamento diatópico se observa em caldo de caridade e (a)moqueado. As formas caldo de caridade e (a)moqueado são mais incidentes nas localidades do Purus, já mingau de caridade e assado, respectivamente, o são mais nas localidades do Madeira. Quanto às cartas pluridimensionais, destacam-se, entre outras, as cartas L078a (Peixe seco – Distribuição por sexo e idade) e L079a (Pirão – Distribuição por idade). A primeira demonstra maior incidência de peixe salgado entre os homens, principalmente mais idosos, as formas peixe-de-sol, peixe salmorado/samurado e peixe escalado apenas entre as mulheres, e a variante peixe seco categórica entre os homens mais jovens. A segunda, por sua vez, mostra que pirão escaldado tem maior ocorrência entre os falantes mais idosos, ao passo que chibé apresenta ocorrências apenas entre os mais jovens.
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