AFETOS E EFEITOS SUBJETIVOS NA FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO (PLAc) | Autores: Arabela Vieira dos Santos Silva E Franco (UFMG - Universidade Federal de Minas Gerais) |
Resumo: De acordo com o Ministério da Justiça do Governo Federal, atualmente há no Brasil mais de 10.000 de refugiados provenientes de pelo menos 79 nacionalidades distintas. Dentre os direitos dos refugiados estão o da assistência básica para a sobrevivência com dignidade, e, no caso de jovens e crianças em idade escolar, o de “não serem privados de escolaridade” (ACNUR, S/D). Sabemos que, para garantir tal direito, é de suma importância atentar para o ensino e aprendizagem da língua do país acolhedor. Contudo, estamos “aquém de ter uma política de ensino do português como língua de acolhimento aos imigrantes” Amado (2017), e isso também se estende ao acolhimento de jovens e crianças nas escolas de educação básica, tornando-se então, urgente, a necessidade de se discutir propostas que levem em consideração as especificidades não apenas dos refugiados, mas também a formação de professores para atendê-los. Ressalto que ao tratarmos do ensino-aprendizagem de Português como Língua de Acolhimento (PLAc) somos remetidos a um “elo de interação afetivo” (GROSSO, 2010, p. 74), o qual pode ser abordado pela teoria psicanalítica, uma vez que essa nos permite olhar o sujeito na sua subjetividade e abordar as questões do afeto e dos efeitos que emergem dos laços sociais. Nesse espaço marcado por múltiplas questões afetivas, e que podem ser, muitas vezes, ambivalentes e conflituosas, que investigo os posicionamentos subjetivos de sujeitos professores em formação em PLAc para crianças, incluindo minha experiência enquanto professora nesse contexto. A metodologia de pesquisa se baseia principalmente na oferta da escuta psicanalítica, promovendo associações livres dos significantes, além de uma abordagem reflexiva sobre meu próprio fazer pedagógico. Os dizeres dos sujeitos serão então examinados a partir da teoria lacaniana dos discursos, buscando correlacionar seus posicionamentos subjetivos com as nomeações que dão aos afetos que neles são mencionados ou manifestos.
Agência de fomento: FAPEMIG |
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