Nomes para a brincadeira “cambalhota” no estado de São Paulo: o que revelam os dados do Projeto ALiB | Autores: Beatriz Aparecida Alencar (UFMS - Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, IFMS - Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) |
Resumo: Tomando como referência a importância das brincadeiras infantis no imaginário popular de adultos e a forma de designá-las, esta proposta de trabalho analisa, dos pontos de vista diatópico e léxico-semântico, as denominações para o conceito expresso na pergunta 155, do Questionário Semântico-lexical do Projeto ALiB (Atlas Linguístico do Brasil), área semântica dos Jogos e Diversões Infantis: “brincadeira em que se gira o corpo sobre a cabeça e acaba sentado” (COMITÊ NACIONAL..., 2001, p. 34). Para a realização deste estudo, foram consultadas as 188 entrevistas realizadas pelos pesquisadores do Projeto ALiB no interior do estado de São Paulo e na área de controle (localidades limítrofes com o estado de São Paulo) (RIBEIRO, 2012) que foram analisados na tese de Doutorado: Léxico de brinquedos e brincadeiras infantis no estado de São Paulo (ALENCAR, 2018). Os entrevistados são de ambos os sexos, duas faixas etárias: (I: 18-30 anos; II 50-65 anos) e ensino fundamental incompleto. O corpus analisado para este estudo reuniu sete unidades lexicais produtivas e três ocorrências únicas, totalizando 250 ocorrências. Para tanto foram utilizados os pressupostos teóricos da: Dialetologia (CARDOSO, 2010), Lexicologia (BIDERMAN, 2001), Semântica (COSERIU, 1977; POTTIER, 1968) e Etnolinguística (SAPIR, 1969). Além disso, o estudo prevê: i) a comparabilidade dos dados com outros estudos dialetais já concluídos nas localidades pesquisadas, buscando verificar o registro dessas denominações em áreas próximas ao território paulista; e ii) a relação entre léxico, cultura e história social que singulariza o estado de São Paulo. Como resultado, verificou-se a alta produtividade das unidades lexicais cambalhota e cambota em todo o território investigado, seguido pelos registros das variantes pirueta e salto mortal para nomear a brincadeira em questão. Esses dados apontam para a vitalidade da brincadeira “cambalhota” no cotidiano dos paulistas, povoando as lembranças de infância dos entrevistados, a julgar pelos nomes a ela atribuídos.
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