Esse texto propõe uma discussão sobre potencialidades e usos de obras literárias destinadas a crianças do primeiro ciclo, com foco específico em obras adquiridas por uma política pública da Prefeitura Municipal de Belo Horizonte. Partindo de reflexões acadêmicas que têm sido realizadas em torno da escolarização da literatura infantil e da importância da escola na formação do leitor literário, ressaltamos que o letramento literário é um processo que irá prosseguir infinitamente, acompanhando o estudante até os mais altos níveis de graduação que vier a alcançar. Os anos iniciais da escolarização, entretanto, ocupam um lugar de destaque nesse processo, já que, em geral, desde bem pequenas, as crianças estão inseridas em num universo de cultura grafocêntrica e aos poucos, enquanto sujeitos de direito, criam modos de apropriações singulares para participarem, descreverem e compreenderem o mundo e com ele interagir. Nesse sentido, busca-se compartilhar uma análise realizada com uma das obras pertencentes ao acervo “prosa” da referida política pública, buscando contribuir para ampliar as discussões acerva dos usos efetivos dessas obras em sala de aula e/ou em bibliotecas escolares. O principal intuito desse trabalho é revelar o potencial de determinadas obras para despertar a sensibilidade do leitor e o interesse por meio de uma proposta lúdica e dialógica. Nossos pressupostos teóricos se concentram em autores que têm promovido diversas reflexões em torno das práticas de ensino de leitura e de literatura na educação básica, com destaque para Magda Soares, Rildo Cosson, Mônica Correa Baptista e Isabel Solé.