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| BRASIGUAIOS: O ENSINO E APRENDIZAGEM NA FRONTEIRA BRASIL E PARAGUAI | Autores: Lidiane de Carvalho Alves Pastorini (IFPR - Instituto Federal do Paraná) |
Resumo: O processo de ensino e aprendizagem de uma língua é inerente ao processo de alfabetização na infância. Na região da tríplice fronteira: Brasil, Paraguai e Argentina ocorre, não raro, a matrícula e iniciação escolar de brasiguaios em escolas de Foz do Iguaçu. Essas crianças que, são filhas de pais brasileiros e que viveram uma parte de sua vida no Paraguai e posteriormente, retornaram ao Brasil carregam consigo uma identidade própria que devido à homogeneização linguística do português passam a ser estigmatizadas socialmente, dentro da própria escola. A estigmatização é explicada por Moita-Lopes (2013) ao expor o caráter de pureza da língua, ou seja, a língua como sistemas autônomos fechados que a sociedade defende, excluindo as próprias pessoas e contextos de produção nas quais estão inseridas e que justificam o modo próprio de usar a língua. De acordo com o mesmo autor, a língua pura configura um importante mecanismo de reforço das desigualdades sociais, cujas determinadas verbalizações são tidas como próprias de grupos específicos, logo está explicada a subjugação de alguns grupos diante de outros. Diante desse contexto de (des)consideração do caráter híbrido da língua dentro da própria escola, e por termos vivenciado pessoalmente a distinção que é feita entre o estudante brasileiro e o brasiguaio buscamos a compreensão de como é feita a recepção desse aluno na sala de aula e que ferramentas são utilizadas para minimizar ou reforçar o preconceito sofrido pelo estudante brasiguaio e como isso impacta no ensino e aprendizagem da língua portuguesa.
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