É notório o crescimento da discussão acerca do ensino de língua portuguesa em nosso meio acadêmico, e o cerne dessa discussão tem sido a preocupação dos professores de que haja na escola um trabalho voltado para a leitura e a escrita do aluno, de maneira que seja explorado o caráter funcional da língua, ou seja, a língua em uso. Entendemos que um ensino realizado com o foco no uso da língua, materializado por meio do texto, além de aproximar o aluno da aula, faz com que o mesmo perceba com mais clareza a função de alguns elementos gramaticais presentes em determinados tipos de texto. Nesse contexto, este trabalho propõe-se a realizar uma análise comparativa, semântica e estrutural, das relações conjuntivas de contraste em notícias e em artigos de opinião (da Folha de São Paulo on line), verificando como se dão suas ocorrências, no que tange à intenção comunicativa do autor, na escolha dos gêneros em questão. Desse modo, seu objetivo final é promover uma reflexão sobre que estruturas conjuntivas de contraste são mais comuns no corpus analisado e sobre a importância dessas estruturas e das relações que elas constroem para o estudo dos textos narrativos e argumentativos na Escola Básica. Com base nos estudos da Linguística Sistêmico-Funcional (Halliday & Hasan, 1989; Halliday & Matthiessen, 2004; Schleppegrell, 2004), pretende-se verificar como o estudo em questão – o da relação do valor das conjunções de contraste – ultrapassam a barreira da academia e chegam ao aluno, a fim de auxiliá-lo num entendimento mais eficaz dessa sequência textual e na construção de textos produtivos e maduros.