Agora não é hora...: notas sobre política de memória pública | Autores: Daniela Palma (UNICAMP - Universidade Estadual de Campinas) |
Resumo: O objetivo desta comunicação é discutir alguns sentidos de esquecimento a partir do plano prático das políticas de memória. Aciona-se, nesta proposta, a categoria de memória manipulada (mémoire manipulée), conforme classificação de Paul Ricoeur (2008), que se relaciona às ideias de “uso e abuso da memória” e de “dever da memória” e embute, conceitualmente, o esquecimento em todo esforço individual e social de construir narrativas. A memória manipulada é compreendida como uma esfera de elaboração não apenas de lembranças, mas também de esquecimentos táticos – sentido esse condensado no sintagma “agora não é hora...”. Nosso interesse metodológico apoia-se no que Andreas Huyssen (2014) chamou de “política de memória pública”, ou seja, os “processos da memória e do esquecimento” moldados a partir de representações formadas em diferentes modalidades estéticas e narrativas e em diversos suportes midiáticos. Os gestos de pesquisa, contidos aqui, são a) o de se debruçar sobre formações de arquivos de narrativas e também b) o de realizar leituras articuladas de itens discursivos mais ou menos dispersos e em múltiplas materialidades. Pretende-se, como o trabalho analítico, abordar algumas estratégias de construção de esquecimentos públicos em narratividades que operam em culturas públicas de memória, em contextos específicos. Pretende-se, como o trabalho analítico, abordar algumas estratégias de construção de esquecimentos públicos em narratividades que operam em culturas públicas de memória, em contextos específicos.
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