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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


A variação na formação de adjetivos no Português arcaico sob a perspectiva da Teoria da Otimalidade

Autores:
Tamires Costa E Silva Mielo (UNESP - Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho)

Resumo:

Em um trabalho anterior, desenvolvido a nível de mestrado, sob orientação do professor Daniel Soares da Costa, foram analisados morfológica e fonologicamente a formação de 191 adjetivos derivados, retirados das cem primeiras Cantigas de Santa Maria (METTMANN, 1959). Eles foram divididos por tipos de processos de formação, dentre os quais a sufixação se mostrou o mais produtivo. Dentro da sufixação, verificou-se que os sufixos -do (corõada) e -oso (saboroso) mostraram-se os mais recorrentes. Por fim, por meio da Teoria da Otimalidade (PRINCE, A.; SMOLENSKY, P., 2004), chegou-se a duas hierarquias de restrições válidas para contextos fonológicos diferentes: uma referente à derivação com um sufixo iniciado por vogal, que foi *COMPLEXNUCLEUS >> CONDCODA >> *HIATUS >> DEP >> IDENT >> NONFINALITY >> MAX; e outra referente à derivação com um sufixo iniciado por consoante, que foi *MID; AGREE[hight]; CONDCODA; *HIATUS >> MAX >> IDENT. Apesar dessas duas hierarquias terem se mostrado válidas para mais de 80% dos casos, encontramos vocábulos cuja formação e adaptação fonológica não se enquadrou na hierarquia proposta, o que foi o caso do vocábulo ‘senlleiro’, por exemplo. Diante das possíveis formações a partir da base ‘senllos’ junto do sufixo -eiro, além de ‘senlleiro’, candidato que consta nas cantigas, temos o candidato ‘senlloseiro’, que não viola nenhuma restrição mais grave que as que ‘senlleiro’ viola, ou seja, a ocorrência de ‘senlleiro’ se dá por motivos estilísticos, para não exceder o número de 15 sílabas poéticas do seu verso. Esses e outros casos de variação foram analisados à luz da TO, junto de seu mecanismo para verificação de variação: o candidato simpático.

METTMANN, Walter. Alfonso X, el Sabio. Cantigas de Santa Maria (cantigas 1 a100). Madrid: Castalia, 1959.

PRINCE, A.; SMOLENSKY, P. Optimality Theory: constraint interaction in generative grammar. In: MCCARTHY, J.J. (Edit.) Optimality Theory in Phonology. Blackwell Publishing: Oxford, 2004.


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