Os gêneros textuais estão presentes na educação superior materializados como resumos, resenhas, artigos, relatórios, seminários, entre outros. Neste sentido, esta pesquisa é sobre práticas de letramentos acadêmicos que envolvam os gêneros textuais orais e se propõe a apontar alguns traços fronteiriços do gênero oral seminário, oferecendo um delineamento deste gênero que apresenta fronteiras fluidas e diversificadas, a partir de relatos fornecidos por estudantes de dez cursos de bacharelado da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), campus Cuiabá. Esta pesquisa classifica-se como pesquisa aplicada por analisar os dados coletados de forma interdisciplinar, buscando compreender como tem sido trabalhado o seminário acadêmico. Dessa forma, pretende-se criar inteligibilidades (Moita Lopes, 2006) que desnudem crenças e hegemonias promotoras de desigualdades e injustiças. A metodologia empregada é a pesquisa qualitativa (Lüdke& André, 1986) que trabalha com o universo de significados, motivos, aspirações, crenças, valores e atitudes. Na coleta de dados, por meio de questionário, foi possível identificar concepções diferentes de seminário, é notório que nenhum aluno o definiu como gênero textual oral, nem sequer houve a menção da palavra gênero. Constatou-se, também, que o seminário é trabalhado unicamente como ferramenta de avaliação e, em muitos casos, não há orientação. A análise preliminar dos dados revelou a hegemonia que propaga o colonialismo linguístico promovendo o inglês como língua franca (Crystal, 2005) e o estabelecimento de crenças que impedem a emancipação (Barros, 2015) dos graduandos. Uma crença pouco comentada é a supremacia da escrita sobre a oralidade (Ong,1998) que pressupõe um trabalho sistemático dos gêneros textuais escritos e, em contrapartida, uma omissão de trabalho dos gêneros textuais orais (Marcuschi, 2015). Presume-se que o graduando já possua as habilidades de comunicação oral. A consequência são vozes silenciadas em nossa sociedade.