Esta proposta de trabalho parte da reflexão acerca da formação acadêmica nos cursos de Letras, preparando futuros docentes para o trabalho com a leitura e a escrita. No entanto, um dos grandes entraves ara um bom preparo profissional são as deficiências de formação escolar, o que interfere diretamente no desempenho acadêmico e compromete uma posterior boa atuação profissional. Com base em pressupostos teóricos e metodológicos, a maioria dos acadêmicos constata o apresentado por Zilberman(1993) e Lajolo (2001) em sua própria relação com a leitura no âmbito da escola: uma listagem de livros ditos clássicos e um trabalho cansativo em torno a questões outras que não a leitura em torno aos textos não promovem o estímulo à leitura e à democratização da leitura, seja no período do ensino fundamental ou médio, seja na universidade. A prática do ato de ler, necessário como meio para a aquisição de conhecimentos, vincula-se muito mais à obrigação do que à fruição ou ao letramento literário. Segundo Pessoa, no poema “Liberdade”, este vínculo leitura-obrigação provoca uma fruição às avessas: o prazer de não cumprir o dever. Assim, as inquietações acerca da formação que se tem propiciado aos alunos de Letras da UFMS/CPCX gerou o projeto Círculo de leitores, retirando a obrigatoriedade da leitura como meio para outros fins, e busca promover espaços de aprimoramento da leitura e da interpretação de textos literários em grupos de leitores, incentivando a autonomia e circulando entendimentos, teorias que dão suporte à leitura e a própria experiência leitora, visando ampliar a formação e o letramento. Compartilhar reflexões e inquietações parece-nos uma oportunidade para democratizar a leitura e o pensamento crítico, instaurando um novo modelo de profissionais que poderão estimular a leitura.