A arte, em suas diversas interpretações,faz funcionar como um de seus sentidos a noção de representação. Com isso, ao olhar para a linha de manifestações artísticas ao longo da história da arte, tem-se, em um determinado período, o movimento artístico que ficou conhecido como Cubismo. O cubismo como um movimento político de ruptura com os sentidos de artes traz consigo a ideia "vanguardista" de sentido novo e que carrega em suas composições discursivas significações e re-significações da forma e da representação, justamente por romper o que estava sendo considerado como artístico até então. Partindo dessa perspectiva de ruptura, de quebra e de nova re-significação de arte, neste trabalho procuro discutir como se constitui o sentido de representação?Como o chamado cubismo interpreta a representação?  Como o próprio cubismo se representa? Quem pode representar o cubismo como foi criado? Como o sujeito Picasso/artista interpreta representação?  A importância deste estudo é justamente interpretar o olhar sobre o não-verbal, sobre as artes plásticas pela perspectiva da Análise de Discurso. Para isso a pesquisa se sustentará nos princípios da Análise de Discurso de Pêcheux e Orlandi, buscando construir um arquivo de leitura, num constante diálogo/batimento entre a materialidade do corpus, o dispositivo de análise e o dispositivo teórico. Pesquisaremos estudos relativos a sentidos de representação, à história da arte enquanto movimento político-ideológico, detendo-nos particularmente sobre os sentidos de Cubismo, e estudos sobre a vida e obra de Pablo Picasso. Este estudo nos possibilita compreender o modo como as condições de produção determinaram e parece, ainda, determinarem sentidos específicos para o movimento artístico que se inscrevia como cubismo e para o sujeito artista como cubista, produzindo efeito de unicidade, de homogeneidade sobre esse sujeito e seu fazer artístico.