O presente trabalho está inserido em uma pesquisa vinculada ao Mestrado Profissional em Letras/PROFLETRAS da Universidade Federal do Rio Grande do Norte(UFRN). Propõe-se, para esta apresentação, analisar possíveis contribuições de uma sequência didática com o gênero debate para o desenvolvimento dos alunos, bem como avaliar o desenvolvimento da competência argumentativa dos alunos e da oralidade em sala de aula em situações de uso formal da língua. A sequência didática em foco foi realizada em uma turma de 4º nível da Educação de Jovens e Adultos, equivalente ao 8º e ao 9º ano, da rede municipal de ensino de Natal/RN. A opção pelo debate deveu-se ao fato de se tratar de um gênero argumentativo oral, atendendo, pois, aos dois eixos com os quais se pretendia trabalhar: a argumentação e a oralidade. Visando contemplá-los, foi proposta uma pesquisa-ação que partiu de um primeiro contato dos alunos com exemplares do gênero e com outros textos de gêneros diversos e temas afins ao que seria debatido para, então, chegar-se à produção inicial (primeiro debate), a partir da qual foram organizados os módulos didáticos, de forma a superar os problemas discursivos, textuais e linguísticos encontrados em uma produção final (segundo debate) O trabalho se insere, em seus fundamentos básicos, na linha do Interacionismo Sociodiscursivo/ISD (BRONCKART, 2012) e apresenta ainda bases teóricas sobre argumentação (PERELMAN; OLBRECHTS-TYTECA, 1996); gêneros textuais, sequência didática e debate do “Grupo de Genebra” (DOLZ et al, 2013); e, especificamente, sobre debate (KERBRAT-ORECCHIONI, 1990; RIBEIRO, 2009; PEREIRA e SILVA, 2013). Ao se compararem os dois debates produzidos, os resultados apontam um desenvolvimento quanto ao emprego de argumentos, pois, inicialmente, os alunos se limitaram a utilizar argumentos baseados no senso comum ou mesmo sequer argumentar. Na produção final, observou-se uma mudança: eles passaram a empregar argumentos baseados em prova concreta e argumentos de autoridade.