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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo


O GÊNERO COMO OBJETO DE ENSINO NAS AULAS DE LÍNGUA PORTUGUESA: ESCOLHA DOCENTE OU PRESCRIÇÃO CURRICULAR?

Autores:
Gustavo Henrique da Silva Lima (UFRPE - UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DE PERNAMBUCO)

Resumo:

Desde a publicação dos Parâmetros Curriculares de Língua Portuguesa (PCN), no final do século XX, várias redes públicas de ensino têm empreendido reformulações nos seus currículos na tentativa de contemplar, de algum modo, a diversidade de textos que circulam na sociedade. Nesse sentido, a entrada dos gêneros como objeto de ensino nas aulas de língua portuguesa é, de algum modo, orientada por esses documentos reguladores das práticas de ensino. Todavia, partindo da premissa de que a atividade de ensino é complexa e multifacetada, circunscrevendo-se, pois, numa cadeia de intersubjetividade mediada por artefatos simbólicos, o professor, com base nos seus saberes (TARDIF,2012), também faz escolhas acerca do que será ensinado e como será ensinado. É, portanto, nesse entremeio que situamos o presente estudo, cujo objetivo foi o de investigar quais critérios eram utilizados pelos professores de língua portuguesa para selecionar os gêneros que eram tomados como objeto de ensino nas suas aulas. O nosso aporte teórico concebe o ensino sistemático dos gêneros na escola como uma forma de possibilitar não só o entrelaçamento entre as práticas escolares de linguagem e as práticas sociais de referência, mas também o desenvolvimento de capacidades de linguagem específicas (DOLZ e SCHNEUWLY, 2004).  A metodologia utilizada seguiu uma abordagem qualitativa (LÜDKE e ANDRÉ, 2012) e o corpus aqui analisado é constituído por entrevistas com professores. Os resultados evidenciaram que a seleção dos gêneros a serem levados para a sala de aula seguiam critérios que consideravam não só as prescrições oficiais, mas também as necessidades de ensino e as possiblidades de regulação da aprendizagem.