Os alunos que são encaminhados à sala multifuncional em razão da não alfabetização e defasagem escolar passam por uma avaliação da linguagem pela professora do Atendimento Educacional Especializado (AEE). Conforme Nota Técnica Nº 04/ 2014/ MEC/ SECADI /DPEE, fica sob responsabilidade desse profissional reconhecer se esses discentes caracterizam-se como os indicados para atendimento: aluno com deficiência, com transtornos globais do desenvolvimento e/ou altas habilidades/superlotação. Nesse contexto, busca-se analisar diferentes formas de avaliação da linguagem usadas por professores da sala multifuncional para identificar os alunos com possível deficiência intelectual no processo de alfabetização e assegurar o direito desses discentes ao Atendimento Educacional Especializado. A partir dos pressupostos de Vygotsky (2000), Haag (2015), Luria (1988), Ferreiro e Teberosky (1986), Soares (2016), consideram-se potencialidades e limitações dos instrumentos avaliativos utilizados pelas parceiras de pesquisa: supervisora e professoras de AEE de um município do Rio Grande do Sul. Por meio de entrevistas semi- estruturadas e gravadas com essas profissionais, será verificada a concepção de linguagem e aspectos linguísticos priorizados em suas avaliações, bem como os tipos de instrumentos usados para tal fim e critérios de seleção. Como professoras de AEEs, esperamos refletir com as profissionais de AEE sobre a relevância de considerar o contexto social em que a criança está inserida e suas potencialidades de aprendizagem, mesmo quando aquém do esperado dentro e fora da escola.