Práticas translíngues e formação do professor em contexto de fronteira | Autores: Maria Elena Pires-santos (UNIOESTE - Universidade Estadual do Oeste do Paraná) |
Resumo: O objetivo aqui proposto é apresentar os resultados de uma pesquisa Etnográfica, em que se propôs verificar como as Políticas Linguísticas vêm sendo norteadas no Brasil, quais suas implicações para a formação do professor de línguas e quais seus reflexos no contexto escolar multilíngue/multicultural da Tríplice Fronteira Brasil/Paraguai/Argentina. As Políticas Linguísticas, no Brasil, caracterizam-se pela ambivalência subjacente às bordas difusas dos modos de produção social. Se por um lado são priorizadas as práticas monolíngues, principalmente no contexto escolar, por outro, se evidencia a pluralidade linguística e cultural. Ou seja, embora prevaleça uma visão da justaposição de linguagens e de culturas, pressupondo a aceitação do heterogêneo, essa pluralidade é tomada no sentido de um problema que deve ser solucionado em direção à homogeneidade idealizada, o que tem levado muitas vezes à segregação de grupos minoritários/minoritarizados. Esses posicionamentos exercem uma influência naturalizada sobre as práticas translíngues cotidianas, principalmente em sala de aula, favorecendo o fracasso e a evasão em todos os níveis da educação e contribuindo para que se ampliem as desigualdades sociais, principalmente em contexto de fronteiras. Assim, justifica-se a necessidade de pesquisas de base etnográfica que abordem as políticas linguísticas e a formação de professores de línguas para atuar em cenário escolar transfronteiriço, considerando-se que a escola é tanto reprodutora como geradora de modos de produção social. Espera-se, dessa forma, contribuir para que a formação do professor esteja voltada para a valorização da pluralidade linguística e cultural, contribuindo para o acesso, permanência e sucesso dos alunos no cenário educacional.
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