SENTIDOS DE FRONTEIRA NA RELAÇÃO DO ÍNDIO TAPIRAPÉ E A ESCOLA: TEXTURAS DACIDADE NA ALDEIA | Autores: Edineth Sousa França Silva Alves (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso) |
Resumo: Este trabalho tem por objetivo apresentar reflexões iniciais de um processo de leitura e interpretação de sentidos de fronteira que foram ganhando visibilidade em meio a um trajeto de análise discursiva de instrumentos linguísticos ( AUROUX, 2009), e os modos de praticá-los no processo pedagógico da educação escolar do povo Tapirapé do Território Indígena Urubu Branco, em Mato Grosso. Partimos dos instrumentos linguísticos, como material de linguagem, para produzir uma leitura a respeito das condições de produção (ORLANDI, 2015), que sustentam as políticas de ensino da língua materna, Tapirapé, que se realiza no atravessamento de outras línguas que compõem a pluralidade linguística praticada nesse território. Nosso intuito é produzir uma análise discursiva (PÊCHEUX, 1995, 2015), dos sentidos de fronteira que problematizam a escola na relação com os sujeitos indígenas e que colocam em questão algo que transpõe a ordem índio/escola para reclamar sentidos textualizados na relação índio/cidade. Sabe-se que a escola produz seus efeitos de sentidos (ORLANDI, 2015), sobre os sujeitos. Quais seriam, pois, do ponto de vista discursivo, esses efeitos que marcam e dividem o sujeito indígena na e pela língua? Como se dá a textura do urbano (ROLNIK, 1995), significada na presença da instituição escolar na relação com o sujeito indígena? Tomados por essas questões, inscrevemos nossa pesquisa na Análise de Discurso francesa e selecionamos como corpus duas edições do Jornal Alvorada e uma publicação do Portal Eletrônico do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), produzidos, respectivamente, em 1970, 1980 e 2018.
|
|