O PIBID Letras da IFSP-SP em conjunto com a E.E. Frei Paulo Luig, localizada no bairro do Pari, região central de São Paulo, desenvolveu um projeto com sequências didáticas (DOLZ, NOVERRAZ e SCHNEUWLY, 2004) por meio de um novo olhar no que concerne à leitura de Vidas Secas de Graciliano Ramos, nos 3º anos do Ensino Médio, do período noturno. O projeto foi fruto de uma inquietação surgida no grupo pibidiano ao assistirem às aulas e perceberem a dificuldade que os alunos tinham em conceber experiências imaginárias do mundo de Vidas Secas.

A partir da dificuldade dos alunos, os pibianos, nas reuniões formativas junto à coordenadora do programa e à supervisora pedagógica, direcionaram as pesquisas em busca de sequências didáticas diversificadas que contemplassem as dificuldades dos alunos em apreender a secura linguística do texto e do ambiente descrito no romance de Vidas Secas.

Várias práticas didáticas foram pensadas e formuladas, levando os pibianos a optarem pelo caminho da semiótica (BARROS, 2011), a fim de diminuir o distanciamento lingüístico e imagético da secura textual em Graciliano Ramos.

Uma das atividades apelou para a percepção das imagens retratadas da seca de Vidas Secas por meio de possíveis releituras como o filme Abril despedaçado de 2002, o Mito da Caverna de Platão e os quadros Os Retirantes de Portinari. Após todo o contato com tais obras, os alunos foram estimulados a discuti-las e a relacioná-las com o ambiente que os cerca, com o intuito de criar uma semiose entre o texto e a realidade.

Em suma, as atividades desenvolvidas pelos discentes da IFSP os ajudaram na aquisição de conhecimento a respeito da importância do planejamento e do desdobramento das sequências didáticas, como também nos percursos vivenciados pelos alunos concluintes do Ensino Médio ao lerem Vidas Secas.

Palavras-chaves: Leitura, semiótica, didática, PIBID-Letras