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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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TENSÕES ENTRE A PERCEPÇÃO E A REFLEXÃO NOS BECOS E BULEVARES : A FLÂNERIE NA BELLE ÉPOQUE CARIOCA

Autores:
.eliane Waller (UERJ - UNIVERSIDADE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO)

Resumo:

Este trabalho tem o objetivo de apresentar o conceito de flânerie, no pensamento de Walter Benjamin, através das crônicas de João do Rio. Figura ambígua da modernidade benjaminiana, o flâneur aparece no cenário da transformação das grandes cidades como o intelectual/artista que observa e registra o impacto da crise da experiência da modernidade. Personagem que transita não só no espaço físico das metrópoles, entre becos e bulevares, mas também entre o passado histórico (o arcaico) e o presente (o moderno), que vai sendo desconstruído pela vivência do choque. Além disso, vive o tempo da velocidade, do imediatismo, do consumo, do fetiche. O escritor João do Rio encarnou o espírito do flâneur e, em seus textos, apresenta o momento vertiginoso por que passava a capital federal, o Rio de Janeiro, no período na Belle Époque. Ao utilizar a alegoria do cinematógrafo, o escritor nos remete a uma reflexão acerca de seu flanar a que se referiu em O Paíz, em 08/07/1916: “Um dos deliciosos prazeres da vida é ver passar a gente nas ruas”.

A metodologia do trabalho é analítica e prevê a apresentação de crônicas que venham ao encontro da reflexão proposta. O aporte teórico está sustentado, sobretudo, em Walter Benjamin, Georg Simmel, Orna Messer Levin, Brissac Peixoto e Willi Bolle. Como resultados, busca-se levantar discussões e análises sobre os conceitos teóricos abordados, sobretudo os relacionados à teoria da flânerie.

 

PALAVRAS-CHAVE: Belle Époque. Flâneur.  Modernidade. Literatura.  Crônicas.