O dinamismo da práxis enunciativa e a transformação incessante da sociedade configuram constantes atualizações e novas concepções dos gêneros no meio digital. Nesse contexto, propõe-se analisar a identidade estilística situada na recorrência do discurso e na regularidade da estrutura no processo de produção de sentido das paródias em vídeo, inseridas na esfera humorística. Este estudo toma como base a perspectiva greimasiana da semiótica e a noção bakhtinana dos gêneros, além das abordagens da estilística discursiva. Dessa forma, estrutura composicional, temática e estilo sustentam a comparação entre três paródias em vídeos online construídas a partir de cenas originais redubladas. No nível discursivo, observam-se os mecanismos internos de produção pelas operações de actorialização, temporização e espacialização  e as operações da semântica discursiva pelo estudo do tema e das figuras, que atribuem o domínio do sentido à análise da temática. Assim, partindo dos vetores temática e estrutura composicional pela direcionalidade, firmou-se como expressividade o caráter lúdico, mais informal, cuja função se desmembra ora como utilitária, enquanto modo de denunciar problemas sociais, ora como estética, quando sua linguagem se vale de conotações e ironias, configurando-se proeminente no plano da expressão. A recorrente intertextualidade estilística com charges, memes e paródias em outros tipos de suportes sofre uma fissura quanto ao gênero digital, o qual apesar de fundar a cena enunciativa no regime de programação, estabelecido em uma regularidade quando produzidos e editados previamente, estabelece interações organizadas no modo de manipulação, que emergem dos comentários e nas marcações “Gostei” ou “Não gostei”. Além disso, a própria cena preexistente a partir da qual são inseridos os áudios, alterando a originalidade do contexto, são ajustamentos que atravessam predeterminações, implicando constantes ressignificações e consequente plasticidade às paródias em vídeo online.