RASTROS DE MISOGINIA NAS PERSONAGENS FEMININAS DE AUTO DA ÍNDIA, QUEM TEM FARELOS E FARSA DE INÊS PEREIRA. | Autores: Leicina Alves Xavier Pires (UFG - Universidade Federal de Goiás) |
Resumo: O presente trabalho tem como objetivo principal analisar três Autos de Gil Vicente: Auto da Índia (1509), Quem tem Farelos (1515) e Farsa de Inês Pereira (1523), sob a ótica da Misoginia estudada por Howard Bloch (1995) e Pedro Carlos Louzada Fonseca (2017). A Misoginia ocidental, com herança na antiguidade clássica, é um pensamento que se estendeu e se desenvolveu na Idade Média. O estudo da misoginia é bastante relevante a fim de se entender a condição feminina na atualidade, e como o legado de pensamentos, desde a Antiguidade Clássica, continua presente na sociedade. Gil Vicente não ficou imune a essa situação, mesmo tendo um olhar para além de sua época. Em suas peças, Gil Vicente reafirma a condição da mulher portuguesa da Idade Média, até meados do século XVII, a qual era enclausurada entre quatro paredes, como escravas do lar, e não tinham vozes, pois os homens falavam por elas. Ele reafirma de maneira cômica e misógina essa condição da mulher. O propósito primordial deste trabalho é analisar Constança, Izabel e Inês Pereira, personagens, respectivamente, dos autos supracitados, investigando, por meio das suas características e diálogos, aspectos misóginos, que se solidificaram na cultura medieval. No intuito de atingirmos nossos objetivos, utilizaremos como base de nossa pesquisa, os teóricos: Bloch (1995), Moisés (1968), Bernardes (2008), Saraiva (2012), Lopes (2002), Maleval (1995) Fonseca (2017), dentre outros.
Agência de fomento: UFG |
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