Diálogos Brasil-África: desafios para a formação de professores dos dois lados do Atlântico | Autores: Sabrina Rodrigues Garcia Balsalobre (UNILAB - Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira) |
Resumo: Magda Soares, em Linguagem e escola: uma perspectiva social (2017), disserta no sentido de que uma das fundamentais causas da contundente dificuldade de minoriais sociais brasileiras na escolarização básica consiste na perspectiva de que variedades linguísticas vernaculares são consideradas ilegítimas nas aulas de língua portuguesa. Como consequência, esses jovens – principalmente aqueles provenientes de camadas sociais menos privilegiadas – apresentam severas dificuldades em sua prática de letramento, sobretudo em gêneros escritos mais formais ou mais complexos. Por certo, essa realidade descrita refere-se ao contexto educacional brasileiro. Entretanto, diferentes pesquisas científicas (nomeadamente a de Alexandre Timbane 2017; Luís Costa, 2012; Muamba Neto, 2012; Virgínia Cá, 2016; entre outros), revelam a gravidade do contexto de ensino de língua portuguesa em realidades em que a língua de ensino não coincide necessariamente com a língua materna da maioria dos alunos. Nesse sentido, a Sociolinguística Educacional tem se consolidado como uma área do saber em que muitos pesquisadores se empenham para desconstruir essa nefasta crença de superioridade de algumas variedades linguísticas em detrimento de outras que agrava as desigualdades sociais. Assim sendo, essa comunicação tem o objetivo de discorrer acerca do processo de formação dos alunos do curso de Licenciatura em Letras da UNILAB, Campus dos Malês, na medida em que ele se propõe a formar professores críticos e reflexivos, sensíveis às realidades locais e supranacionais referentes à integração Brasil e Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) e Timor Leste. Nesse contexto, considerando as profícuas trocas de experiência entre docentes em formação da UNILAB, tanto da realidade linguística e cultural do Recôncavo Baiano quanto de outros contextos lusófonos, a variação linguística será foco privilegiado de reflexão e, por conseguinte, de associação com metodologias de ensino que valorizem e legitimem práticas educacionais que garantam o acesso à cidadania e à equidade social.
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