A escassez de instituições que oferecem a formação para professores da língua brasileira de sinais (Libras) dificulta o acesso a discussões teórico-metodológicas. Desta forma, há dificuldades significativas na elaboração do conteúdo específico da disciplina quando sua perspectiva de ensino está estabelecida como língua adicional em um curso de licenciatura. Da mesma maneira, há dificuldades em desenvolver práticas de ensino e recursos didáticos diferenciados dos já utilizados em cursos livres e que podem ser facilitadores do processo de ensino- aprendizagem. Sabe-se que a experiência empírica do docente afeta diretamente a constituição do currículo nas instituições (Gesser, 1999; Leite, 2004; Martins, 2012 e Albres, 2016). Para Tardif (2010) o conhecimento está em movimento, possibilitando que tudo aquilo que constitui o fazer docente seja significativo para a sua prática. Sob a perspectiva de um relato de experiência, vamos refletir sobre as práticas empreendidas pelo docente em sala de aula e as dificuldades em constituí-las no currículo da licenciatura em Letras do IFSP, dentro das suas especialidades. A análise está fundamentada em Sacristán(1999), Tardif (2010), Saviani (2011) e Liberali (2009), que discutem os saberes na formação docente, as questões curriculares e pedagógicas envolvidas nesta formação e o modo como o ensino de línguas sob uma perspectiva sócio-histórico-cultural pode ser desenvolvido - no nosso caso, o ensino de Libras. Considerando as perspectivas aludidas pelos autores e os dados desta pesquisa, podemos constatar que a experiência empírica é importante para a prática, porém, se fosse adequadamente aliada a uma formação mais específica, talvez à proposta desenvolvida nos cursos de licenciatura, e mais especificamente na licenciatura em Letras, outras práticas poderiam ser inseridas dentro da proposta curricular e das rotinas de aprendizagem em sala de aula.