A produção de gêneros orais é frequente no Ensino Básico, especialmente o seminário e o debate. Apesar de a importância desses gêneros ser reconhecida para o desenvolvimento de capacidades diversas relacionadas ao texto, não raro faltam princípios e orientações claras que conduzam sua elaboração. Com o presente trabalho, objetivamos discutir as propostas de produção de gêneros orais em três coleções de livros didáticos de Língua Portuguesa – Ensino Médio, aprovadas pelo PNLD 2018. O trabalho está inserido em uma metodologia de base descritivo-interpretativista e natureza exploratória, situada na abordagem da Linguística Textual e da Linguística Aplicada. Nesse sentido, relacionando pressupostos teórico-metodológicos sobre gêneros textuais, focalizamos o tratamento dado às etapas que constituem os gêneros identificados, bem como os aspectos situacionais, linguístico-textuais e discursivos contemplados nas propostas analisadas. Fundamentamo-nos especialmente nos estudos de Bronckart (1999), Dolz e Schneuwly (2004), Marcuschi (2001, 2002), Marcuschi e Dionísio (2005), Leal e Gois (2012), Bueno e Costa-Hübes (2015). Os resultados, ainda parciais, apontam a existência de uma indefinição quanto ao objeto de ensino em foco; a predominância da prática de oralização da escrita, em detrimento de uma abordagem dos fenômenos linguísticos da oralidade; a prioridade dada a elementos estruturais e voltados à performance. Verifica-se, desse modo, orientações que não contemplam a função e a forma dos gêneros propostos, de modo a contribuir para o desenvolvimento dos alunos.