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| Práticas de letramento na escola indígena: uma experiência na formação continuada de professores da etnia Tapayúna
| Autores: Jislaine da Luz (UNEMAT - Universidade do Estado de Mato Grosso) |
Resumo: Este trabalho é um recorte de uma ação formativa com professores indígenas realizada com a etnia Tapayúna, na escola municipal Goronã, pertencente à Secretaria Municipal de Educação da cidade de Peixoto de Azevedo, Mato Grosso. A aldeia Kawêretxikô está situada no Parque Nacional do Xingu e trata-se de uma área multilíngue, tendo como língua dominante o Kaiapó (Mebengokrê) e a língua portuguesa, como língua adicional. A comunidade possui uma escola que atende o nível de ensino básico nas modalidades de alfabetização, ensino fundamental e Educação de Jovens e Adultos (EJA). A intenção desse trabalho concentra-se na análise diagnóstica das práticas pedagógicas e letramentos utilizados pelos docentes indígenas no ensino e aprendizagem da língua portuguesa, correlacionando-as com a concepção de letramento e sujeito letrado proposto por Magda Soares e Cecília Goulart, pelo viés da sociolinguística educacional proposto por Stella Maris Bortoni-Ricardo. Tais teorias auxiliam no entendimento dos mecanismos de letramento, considerando o ambiente natural onde elas acontecem no ensino escolar indígena, que será aludido também no Referencial Curricular Nacional das Escolas Indígenas (RCNEI). A questão ligada à cultura escrita configura-se um fator de destaque, tendo em vista a tradição indígena do ensinar-educar marcada pela oralidade. A metodologia utilizada é de caráter qualitativo e exploratório, com utilização de observação participante fundamentada pelo autor Antônio Chizzotti (2006), onde há enfoque na interação entre os sujeitos da pesquisa e pesquisadores, com a finalidade de experienciar e compreender a dinâmica do processo educacional voltado ao ensino da língua no contexto indígena. Os resultados desta análise contribuem para a reflexão acerca do ensino escolar indígena, assim como na relação dos pressupostos teóricos aos práticos e posteriores sugestões de práticas de letramento que realmente supram as necessidades educacionais indígenas a partir do seu próprio contexto sociolinguístico.
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