Os céleres avanços tecnológicos inseriram na escola inúmeros recursos e ferramentas digitais que, cada vez mais, proporcionam o desenvolvimento de metodologias diversificadas, além do acesso mais fácil à informação, de modo que o aluno presente na escola contemporânea também possui características diferentes de décadas anteriores. No entanto, por diversas razões, o livro didático continua sendo o principal recurso utilizado por muitos professores. O presente trabalho tem por objetivo analisar e realizar uma reflexão sobre a abordagem da variação linguística em livros didáticos de Língua Portuguesa do ensino fundamental. Tomamos como foco de análise o livro didático do 6º ano – Ensino Fundamental – Língua Portuguesa, do “Projeto Teláris” (BORGATTO; BERTIN; MARCHESI, 2017), coleção escolhida pelas instituições de ensino e distribuída pelo PNLD 2017-2019 e atualmente utilizada em escolas das redes municipal e estadual de municípios da região norte de Mato Grosso. Para comparação, foi escolhida a obra de 2009, também do 6º ano, Português Linguagens (CEREJA e MAGALHÃES, 2009). A pesquisa utilizou o método de análise de conteúdo (BARDIN, 1995). Para o desenvolvimento do trabalho, partiu-se da perspectiva de Bagno (2007) que propõe um roteiro de análise e reflexão a partir de dez tópicos, dos quais elegemos o sete e o oito. A análise levou à conclusão de que ambas as obras possuem pontos positivos e negativos e abordam as variações linguísticas em suas unidades didáticas. Entretanto, a mais antiga apresentou fortes traços de preconceito linguístico, enquanto a atual aborda a variedade linguística de forma mais adequada às atuais propostas educacionais.