Embora a escrita seja vista como uma atividade tipicamente individual é possível os alunos se envolverem com a escrita de forma social por meio de uma atividade colaborativa. Com base nos pressupostos da teoria sociocultural de Vygotsky, que sustenta o conceito de aprendizagem colaborativa, foi proposto analisar de que forma a escrita colaborativa realizada por  surdos usuários da língua brasileira de sinais pode favorecer a aprendizagem da língua portuguesa como segunda língua, observando-os durante a escrita de um texto nessa língua. Métodos: Este estudo seguiu os princípios da pesquisa etnográfica (Agar, 1996), com abordagem qualitativa e descritiva (FETTERMAN, 1998). A gravação em vídeo e a observação dos sujeitos no ambiente de sala de aula forneceram informações para a análise de dados em uma perspectiva interpretativa. Resultados: A escrita colaborativa de um texto em português proporcionou aos alunos fazer perguntas sobre ortografia, tirar dúvidas sobre o significado das palavras, checar os sinais correspondentes e trocar informações por meio da inferência. Conclusões: A proposição de tarefas escritas que levem em conta as teorias de aprendizagem colaborativa no ensino do Português como segunda língua para alunos surdos brasileiros se mostrou profícua por favorecer  processos cognitivos complexos que envolvem criatividade, produção, adaptação e avaliação, além da prática das regras sociais de convivência, respeito e paciência com o tempo de pensamento do  colega e por fim, a possibilidade de poder ajudar e ser ajudado por ele.