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Simpósio Mundial de Estudos de Língua Portuguesa
Resumo

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O /S/ em coda silábica nos falares amazonenses: crenças e atitudes sobre suas variantes

Autores:
Claudhely Braga Camurça (IFAM - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Amazonas)

Resumo:

No Amazonas, os estudos apontam que o /S/ em coda silábica concretiza-se a partir de quatro variantes: alveopalatal, alveolar, glotal e zero fonético. As duas últimas, por se afastarem do padrão, acabam sendo mais estigmatizadas na comunidade de fala. Esta pesquisa, de cunho sociolinguístico, inscreve-se na perspectiva das Crenças e Atitudes Linguísticas (LAMBERT; LAMBERT, 1968; LABOV, 2008; LÓPEZ MORALES, 1993; CALVET, 2004) e encontra-se em andamento, com previsão de conclusão em julho de 2019. Objetiva-se analisar as atitudes linguísticas de informantes residentes em Lábrea, naturais da cidade, de outras cidades do Amazonas e de outros estados brasileiros, a respeito das variantes do /S/ em coda silábica registradas nos falares amazonenses. Os informantes estão divididos em quatro grupos com pelo menos seis informantes cada: labrenses, manauaras, humaitaenses e falantes de outros estados. Realizar-se-ão testes de reação subjetiva e de (in)segurança com os falantes. Serão analisadas as respostas dos informantes aos testes, observando as formas consideradas mais “corretas” em relação à sua variante e se existe prestígio ou estigma no que se refere às variantes. Considerando-se que a alternância entre as realizações do fonema muitas vezes causa estranhamento para os falantes de uma e de outra variedade, conjecturam-se as seguintes hipóteses: (a) falantes manauaras e de outros estado mostrarão segurança em relação a sua própria variante, revelando prestígio a ela e desprestigiando as variantes próprias dos falantes interioranos; (b) falantes interioranos mostrarão insegurança em relação ao próprio falar, caracterizado pela variante alveolar, atribuindo prestígio à variante alveopalatal, que caracteriza o falar da capital; (c) as variantes glotal e zero fonético serão desprestigiadas por todos os grupos sociais; (d) as pessoas costumam rotular um falante, de forma positiva ou negativa, a partir da variante linguística própria de seu grupo; (e) essas diferenças são indicadores e não estão no nível de consciência dos falantes.


Agência de fomento:
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado do Amazonas - FAPEAM