A mídia como dispositivo de poder: os impeachments em discurso
Isadora Maria Romano Pacífico – UNESP/FCLAr
Orientadora: Maria do Rosário Gregolin
Este trabalho objetiva analisar os mecanismos de argumentação e o funcionamento da polêmica na produção dos discursos que circularam na mídia digital sobre os impeachments dos presidentes brasileiros Fernando Collor de Melo, em 1992, e da presidente Dilma Rousseff, em 2016. Com base na Análise do Discurso, tendo como eixo o método arqueológico de Michel Foucault, propomo-nos analisar os discursos da mídia corporativa, a saber, a Folha de São Paulo, e da mídia alternativa, como a página Mídia Ninja, na rede social Facebook, sobre o modo como o acontecimento político impeachment constituiu, discursivamente, a polêmica em relação à vinculação, ou não, deste acontecimento aos sentidos de golpe. No que respeita ao corpus, interessa-nos compreender, teórica e epistemologicamente, o modo como a mídia - instância de produção e circulação de discursos -, refere-se ao campo político, em tempos de polêmica na sociedade do espetáculo; analisaremos a memória histórica que se mantém – renovada – nos discursos midiáticos sobre os impeachments, acontecimentos políticos do final do século XX e início do século XXI. Será fundamental para nossa pesquisa considerar alguns questionamentos para entender como a mídia discursiviza os impeachments: como é noticiado o impeachment de Collor? Quais estratégias discursivas são usadas como argumentos para defenderem o impeachment, em 1992? Quais sentidos são silenciados e quais apagados, quando do impeachment de Dilma Roussef, em 2016, para argumentarem contra ou a favor do golpe? Embasados na ótica foucaultiana, o estudo sobre os conceitos de discurso, sujeito, história, arquivo, acontecimento e dispositivo será fundamental para a realização das análises que se encontram em fase inicial; portanto, ainda não temos resultados.
Palavras-chave: Discurso; Argumentação; Impeachment; Mídia.