Na interseção entre práticas de letramento, de leitura e de escrita, postulo cinco esferas importantes em dois conjuntos diferentes e retroalimentados, a saber: em nível macro, os frames acionados para a tarefa da escrita; no nível intermediário, a contextualização e as habilidades necessárias para o desenvolovimento da escrita; no nível micro, o grau de informatividade do texto. O entendimento de que os três níveis existem no processamento textual pode auxiliar o professor a entender o que ocorre cognitivamente com o estudante nas tarefas de escrita, o que resultará, consequentemente, em abordagens didáticas mais profícuas.
Considerando os níveis acima indicados, este trabalho tem como objetivo discutir o processo de retomada de sintagmas nominais por anáforas diretas e indiretas em textos de estudantes do nono ano de escolaridade, a fim de traçar um mapeamento de usos linguístico- discursivos dos recursos utilizados na escrita.
Se reconhecemos que o letramento é uma prática social , marcada por um empenho individual, o professor precisa adotar uma postura crítica em aula. Para tanto, precisa reconhecer as marcas existentes no texto dos alunos. Por isso, pergunta-se: que mecanismos de retomada os estudantes no último ano da segunda etapa de escolaridade utiliza para a construção de sentidos de seu texto? Que conhecimentos discursivos – gramaticais são utilizados nas tarefas de escrita? De que forma o professor pode ser um efetivo mediador do processo de aprendizagem?
Tomando-se Mckay( 1996) postula-se que devemos ser “ porteiros do conhecimentos” ( The Gate keeping Function), explorando formas de acesso que respeitem as diferenças, mas que resultem em uma revisão de conceitos e de aprendizados para as práticas de letramentos desenvolvidas na sala de aula para o efetivo desenvolvimernto da escrita discente.