Autor: Ana Gabriela Moreira Silva

Orientador: Rubens Damasceno Morais

O presente trabalho reúne teorias relacionadas à Análise do Discurso, de modo mais específico às considerações de Dominique Maingueneau sobre dialogismo, e à Argumentação, nesse caso tendo como base os teóricos Rui Alexandre Gracio e Christian Plantin. Além disso, conceitos como retórica, topos e doxa também foram utilizados análise do corpus, o qual são as redações do ENEM. Seguindo essa perspectiva, a pesquisa têm como objetivo verificar e analisar alguns textos  pertencentes ao gênero textual dissertativo-argumentativo produzidos por candidatos do ENEM em 2016 e verificar, a partir da perspectiva dialogal da argumentação (GRACIO, PLANTIN), a construção do “papel de atuação” chamado “Oponente”, como apresentado por Plantin. Parte-se da hipótese de que tal papel de atuação é subjetivamente e socialmente construído nesse processo pelo candidato, pois esse assume o papel de argumentador. Não obstante, o “assunto em questão” - definido por Plantin (2003) como a unidade intencional que organiza o campo das intervenções e define o espaço argumentativo - é proposto pelo sistema, mas o conjunto de argumentos construídos será avaliado pela banca de corretores como persuasivo (ou não). O trabalho proposto alinha-se ao Simpósio ARGUMENTAÇÃO E DISCURSO (AT033), pois mobiliza e mostra na prática a atuação de teorias da argumentação dialogal (GRACIO, PLANTIN), e permite-nos, ainda, refletir sobre conceitos importantes da Análise do Discurso, como as vozes do enunciado e o dialogismo. A metodologia consiste em  uma pesquisa documental  no banco de dados do INEP. Em seguida, os dados foram analisados de modo a descrevê-los sob a ótica das Teorias da Argumentação (GRACIO, PLANTIN) e de algumas considerações da Análise do Discurso (MAINGUENEAU) para descrever o processo argumentativo da redação ENEM e a maneira pela qual o segundo Papel de Atuação descrito por Plantin, isto é, o Oponente é subjetivamente construído nesse processo.