Neste estudo, de caráter transdisciplinar, busco investigar o emprego de estratégias de (im)polidez em debates que envolvem parlamentares da Câmara dos Deputados do Brasil, especialmente nas discussões políticas que tenham como interagentes parlamentares mulheres, tendo em vista a pretensão de balizar minhas análises em questões afeitas ao feminismo e aos estudos decoloniais. Dessa forma, ancoro-me em construções ontológicas e epistemológicas relativamente recentes, ligadas à noção de sistema moderno/ colonial de gênero, na perspectiva dos estudos feministas decoloniais desenvolvidos por Quijano (2007), Lugones (2008), Swuain (2009) e Vieira (2018). Articulo a esse arcabouço o quadro teórico-metodológico da Sociolinguística Interacional, especialmente o modelo da teoria da polidez oferecido por Brown & Levinson (1987), em interface com a Pragmática de Goffman ([1964]2002), Gumperz (1982) e Tannen (2005). A coleta e produção dos dados se dá por meio de método netnográfico (AMARAL, 2008), via página virtual da Câmara dos Deputados e registros dos Anais daquela Casa de Leis. Objetivo ampliar a compreensão acerca da inequidade de gênero no sistema político-partidário brasileiro, por meio da análise sociointeracional das interações em ambiente institucional, com o fim último de colaborar para a superação do grave quadro de sub-representação da mulher no Poder Legislativo do Brasil, que refletem inequidades de gênero em âmbito social, político e econômico.